24 de fev. de 2011

HISTÓRIA DA ESCRITA

HISTÓRIA DA ESCRITA

Escrita ou grafia consiste na utilização de sinais (símbolos) para exprimir as idéias humanas]. A grafia é uma tecnologia de comunicação, historicamente criada e desenvolvida na sociedade humana, e basicamente consiste em registrar marcas em um suporte.
Mesmo que, habitualmente, a função central atribuída à escrita seja a de registro de informações, não se pode negar sua relevância para a difusão de informações e a construção de conhecimentos. O avanço das novas tecnologias e as interações entre diferentes suportes (por exemplo, papel, tela) e linguagens (verbal ou não verbal) tem permitido, inclusive, o aparecimento de formas coletivas de construção de textos, como é exemplo a própria Wikipédia.
O(s) instrumento(s) usado(s) para se escrever e os suportes em que ela é registrada podem, em princípio, ser infinitos. Embora, tradicionalmente, conceba-se que a escrita tem durabilidade enquanto a fala seria mais "volátil", os instrumentos, suportes, formas de circulação, bem como a função comunicativa do texto escrito, são determinantes para sua durabilidade ou não.
Na maioria das vezes, a intenção da escrita é a produção de textos que serão alvos da atividade de leitura.
Origem da escrita
Acredita-se que tenham criado a escrita a partir dos simples desenhos de ideogramas: por exemplo, o desenho de uma maçã a representaria, e um desenho de duas pernas poderia representar tanto o conceito de andar como de ficar em pé. A partir daí os símbolos tornaram-se mais abstratos, terminando por evoluir em símbolos sem aparente relação aos caracteres originais. Por exemplo, a letra M em português na verdade vem de um hieróglifo egípcio que retratava ondas na água e representava o mesmo som. A palavra egípcia para água contém uma única consoante: /m/. Aquela figura, portanto,veio representar não somente a ideia de água, mas também o som /m/.Um processo simbólico que possibilitou ao homem expandir a mensagem para muito além do tempo e do espaço de propagação dela, criando mensagens que se manteriam inalteradas por séculos e que poderiam ser proferidas a quilômetros de distância.
Mesopotâmia
O sistema de escrita original dos mesopotânicos era derivado deste método de contabilidade e por volta do fim do quarto milênio a.C., [2] isso envolvia usar um instrumento pontiagudo de forma triangular pressionado em argila mole para gravar números. Isso foi gradualmente aumentado com a escrita pictográfica usando um instrumento pontiagudo afiado para indicar o que estava sendo contado. As escritas com instrumento pontiagudo redondo e com o afiado foram gradualmente substituídas pela escrita usando um instrumento em forma de cunha (de onde veio o termo cuneiforme), inicialmente apenas para logogramas, mas evoluindo para incluir elementos fonéticos por volta do 29º século a.C. Em torno do século 26 a.C., a escrita cuneiforme começou a representar silabários de fala suméria. Também neste período, a escrita cuneiforme tornou-se de uso geral no sistema de escrita para logogramas, silabários e números, e esta escrita foi adaptada para outra língua mesopotâmica, a acádia e dali para outras tais como a hurrita e hitita. Escritas similares em aparência para esses sistemas de escrita incluem aquelas usadas na ugarítica e persa antiga.
China
Nos historiadores chineses encontrou-se muito sobre documentos deixados para trás referentes às suas antigas dinastias. Da dinastia Shang, a maioria dos escritos sobreviveu em ossos ou artefatos de bronze. Marcações em cascos de tartarugas (usados como ossos de oráculos têm idade estimada (com base no carbono) por volta de 1500 a.C. Historiadores descobriram que o tipo de material usado teve um efeito no qual a escrita era documentada e como ela era usada.


Desenvolvimento e evolução
A escrita se desenvolveu de forma independente em várias regiões do planeta, incluindo o Oriente Médio, a China, o vale do rio Indo (atual Paquistão), a América Central e a bacia oriental do mar Mediterrâneo.
Os sistemas de escrita evoluíram de forma autônoma e não sofreram influências mútuas, ao menos em seus primórdios. Possivelmente, as escritas mais antigas são a escrita cuneiforme e os hieróglifos. Ambos sistemas de escrita foram criados há cerca de 5500 anos, entre sumérios e egípcios. Os hieróglifos originaram-se no Antigo Egito e a escrita cuneiforme na Mesopotâmia, (atual Iraque).
Na China, foram encontrados 11 caracteres gravados em casco de tartaruga. Um destes caracteres se assemelha à escrita primitiva da palavra "olho" da Dinastia Shang. Se os pesquisadores comprovarem que estes sinais podem ser considerados uma forma de escrita, esta passaria a ser considerada a mais antiga do mundo, com cerca de 8600 anos.[3]
A escrita fenícia é a primeira escrita essencialmente fonética de que se tem notícia, ou seja, procurava reproduzir sons em vez de coisas ou idéias. As sumerianas e egípcias eram compostas de sinais que reproduziam idéias e outros que reproduziam sons, de forma semelhante à japonesa atual.[4]
Em geral, ao longo da história e, principalmente nos seus primórdios, a escrita e a sua interpretação ficavam restritas as camadas sociais dominantes: aos sacerdotes e à nobreza, embora a escrita fenícia, tivesse fins essencialmente comerciais. A alfabetização somente se difundiu lentamente entre camadas mais significativas das populações após a Idade Média.
O surgimento da escrita
Uma das principais conseqüências do surgimento das cidades e dos Estados foi a escrita, criada por volta de 3500 a.C. Vários são os fatores que explicam o nascimento da escrita:
• a necessidade de contabilizar os produtos comercializados, os impostos arrecadados e os funcionários do Estado;
• o levantamento da estrutura das obras, que exigira a criação de um sistema de sinais numéricos, para a realização dos cálculos geométricos.
Com a escrita, o ser humano criou uma forma de registrar suas idéias e de se comunicar. A linguagem escrita é especial porque permite que a vida que levamos hoje seja conhecida pelas gerações que virão depois de nós.
O registro mais antigo até agora encontrado data do século XIV a.C. e está escrito em símbolos cuneiformes da língua acadiana. O pedaço de barro escrito foi achado em Jerusalém por arqueólogos israelenses.[5]

Referências
1. ↑ Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Acesso em 09/01/2011.
2. ↑ The Origin and Development of the Cuneiform System of Writing, Samuel Noah Kramer, Thirty Nine Firsts In Recorded History pp 381-383
3. ↑ Almeida, Maria Fernanda "Escrita chinesa pode ser a mais antiga do mundo" no site "Aventuras na História" da Editorial Abril
4. ↑ a b "A escrita" no site "Museu Virtual da Imprensa"
5. ↑ BBC Brasil. "Encontrado em Jerusalém o documento escrito mais velho da História" (em português). 14 de julho de 2010. (página da notícia visitada em 19 de julho de 2010)

HISTÓRIA DO LIVRO

HISTÓRIA DO LIVRO




A história do livro é uma história de inovações técnicas que permitiram a melhora da conservação dos livros e do acesso à informação, da facilidade em manuseá-lo e produzi-lo. Esta história é intimamente ligada às contingências políticas e econômicas e à história de idéias e religiões.
Na Antiguidade surge a escrita, posteriormente ao texto e ao livro. A escrita consiste de código capaz de transmitir e conservar noções abstratas ou valores concretos, em resumo: palavras. É importante destacar aqui que o meio condiciona o signo, ou seja, a escrita foi em certo sentido orientada por esse tipo de suporte; não se esculpe em papel ou se escreve no mármore.
Os primeiros suportes utilizados para a escrita foram tabuletas de argila ou de pedra. A seguir veio o khartés (volumen para os romanos, forma pela qual ficou mais conhecido), que consistia em um cilindro de papiro, facilmente transportado. O "volumen" era desenrolado conforme e lido, e o texto escrito em colunas na maioria das vezes (e não no sentido do eixo cilíndrico, como se acredita). Algumas vezes um mesmo cilindro continha várias obras, sendo chamado então de tomo. O comprimento total de um "volumen" era de c. 6 ou 7 metros, e quando enrolado seu diâmetro chegava a 6 centímetros.
O papiro consiste em uma parte da planta, que era liberada, livrada (latim libere, livre) do restante da planta - daí surge a palavra liber libri, em latim, e posteriormente livro em português. Os fragmentos de papiros mais "recentes" são datados do século II a.C..
Aos poucos o papiro é substituído pelo pergaminho, excerto de couro bovino ou de outros animais. A vantagem do pergaminho é que ele se conserva mais ao longo do tempo. O nome pergaminho deriva de Pérgamo, cidade da Ásia menor onde teria sido inventado e onde era muito usado. O "volumen" também foi substituído pelo códex, que era uma compilação de páginas, não mais um rolo. O códex surgiu entre os gregos como forma de codificar as leis, mas foi aperfeiçoado pelos romanos nos primeiros anos da Era Cristã. O uso do formato códex (ou códice) e do pergaminho era complementar, pois era muito mais fácil costurar códices de pergaminho do que de papiro.
Uma conseqüência fundamental do códice é que ele introduz o conceito do livro como objeto, identificando definitivamente a obra com o livro.
A consolidação do códex acontece em Roma, como já citado. Em Roma a leitura se dava tanto em público (para a plebe), evento chamado recitatio, como em particular, para os ricos. Além disso, é muito provável que em Roma tenha surgido pela primeira vez a leitura por lazer (voluptas), desvinculada do senso prático que a caracterizara até então. Os livros eram adquiridos em livrarias. Assim aparece também a figura do editor, com Atticus, homem de grande senso mercantil. Algumas obras eram encomendadas pelos governantes, como a Eneida, encomendada a Virgílio por Augusto.
Acredita-se que o sucesso da religião cristã se deve em grande parte ao surgimento do códice, pois a partir de então tornou-se mais fácil distribuir informações em forma escrita.
IDADE MÉDIA
Na Idade Média o livro, na Europa, devido o excessivo fervor religioso, passa a ser considerado como um objeto de salvação. A característica mais marcante da Idade Média é o surgimento dos monges copistas, homens dedicados em período integral a reproduzir as obras, herdeiros dos escribas egípcios ou dos libraii romanos. Nos monastérios era conservada a cultura da Antiguidade. Apareceram nessa época os textos didáticos, destinados à formação dos religiosos.
O livro continua sua evolução com o aparecimento de margens e páginas em branco. Também surge a pontuação no texto, bem como o uso de letras maiúsculas. Também aparecem índices, sumários e resumos, e na categoria de gêneros, além do didático, aparecem os florilégios (coletâneas de vários autores), os textos auxiliares e os textos eróticos. Progressivamente aparecem livros em língua vernacular, rompendo com o monopólio do latim na literatura. O papel passa a substituir o pergaminho.
Mas a invenção mais importante, já no limite da Idade Média, foi a impressão, no século XIV. Consistia originalmente da gravação em blocos de madeira do conteúdo de cada página do livro; os blocos eram mergulhados em tinta, e o conteúdo transferido para o papel, produzindo várias cópias. Foi em 1405 surgia na China, por meio de Pi Sheng, a máquina impressora de tipos móveis, mas a técnologia que provocaria uma revolução cultural moderna foi desenvolvida por Johannes Gutenberg.
Idade Moderna
Na Idade Moderna, no Ocidente, em 1455, Johannes Gutenberg inventa a imprensa com tipos móveis reutilizáveis, o primeiro livro impresso nessa técnica foi a Bíblia em latim. Houve certa resistência por parte dos copistas, pois a impressora punha em causa a sua ocupação. Mas com a impressora de tipos móveis, o livro popularizou-se definitivamente, tornando-se mais acessível pela redução enorme dos custos da produção em série.
Com o surgimento da imprensa desenvolveu-se a técnica da tipografia, da qual dependia a confiabilidade do texto e a capacidade do mesmo para atingir um grande público. As necessidades do tipo móvel exigiram um novo desenho de letras; caligrafias antigas, como a Carolíngea, estavam destinadas ao ostracismo, pois seu excesso de detalhes e fios delgados era impraticável, tecnicamente.
Uma das figuras mais importantes do início da tipografia é o italiano Aldus Manutius. Ele foi importante no processo de maturidade do projeto tipográfico, o que hoje chamariamos de design gráfico ou editorial. A maturidade desta nova técnica levou, entretanto, cerca de um século.
Na idade Moderna aparecem livros cada vez mais portáteis, inclusive os livros de bolso. Estes livros passam a trazer novos gêneros: o romance, a novela, os almanaques.
Idade Contemporânea
Na Idade Contemporânea, cada vez mais aparece a informação não-linear, seja por meio dos jornais, seja da enciclopédia. Novas mídias acabam influenciando e relacionando-se com a indústria editoral: os registros sonoros, a fotografia e o cinema. O acabamento dos livros sofre grandes avanços, surgindo aquilo que conhecemos como edições de luxo.
Livro eletrônico
Em fins do século XX surgiu o livro eletrônico, ou seja, o livro num suporte eletrônico, o computador. Ainda é cedo para dizer se o livro eletrônico é um continuador do livro típico ou uma variante, mas como mídia ele vem ganhando espaço, o que de certo modo amedronta os amantes do livro típico - os bibliófilos.
Existem livros eletrônicos disponíveis tanto para computadores de mesa quanto para computadores de mão, os PDAs. Uma dificuldade que o livro eletrônico encontra é que a leitura num suporte de papel é cerca de 1,2 vez mais rápida do que em um suporte eletrônico, mas pesquisas vêm sendo feitas no sentido de melhorar a visualização dos livros eletrônicos.
Referências
• FEBVRE, Lucien. O aparecimento do livro. São Paulo : Unesp, 1992.
• KATZENSTEIN, Ursula. A origem do livro. Sao Paulo : Hucitec, 1986.
• THIOLLET, Jean-Pierre. Je m'appelle Byblos, Paris : H & D, 2005
• SCORTECCI, João. Guia do Profissional do Livro. São Paulo : scortecci, 2007

BARROCO

BARROCO



A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.

Suas características gerais são:
* emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.


PINTURA

Características da pintura barroca:

* Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
* Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
* Realista, abrangendo todas as camadas sociais.

* Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.

Dentre os pintores barrocos italianos:

Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador.
Obra destacada: Vocação de São Mateus.

Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.

A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:

Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história.
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.

Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.

Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.


ESCULTURA

Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.


Para seu conhecimento

Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.


Martins, Simone R. e Imbroisi, Margaret H.. História da Arte - Barroco, Disponível no sítio http://www.historiadaarte.com.br/barroco.html. Acessado em 12/02/2011.

A ARTE BARROCA NO BRASIL

A ARTE BARROCA NO BRASIL

O Barroco brasileiro desenvolveu-se do século XVIII ao início do século XIX, época em que na Europa esse estilo já havia sido abandonado.

UM SÓ BRASIL, “VÁRIOS” BARROCOS

O Barroco brasileiro varia de uma região para outra. Nas regiões que enriqueceram com a mineração e o comércio de açúcar – Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco -, encontramos igrejas com talhas douradas e esculturas refinadas, feitas por artistas de renome. Já nas regiões onde não havia cana de açúcar nem o ouro – como São Paulo -, as igrejas apresentam trabalhos modestos de artistas menos experientes.

O BARROCO DE PERNAMBUCO

A partir de 1759 Recife teve grande crescimento econômico. Entre as construções barrocas mais bem cuidadas está a igreja São Pedro dos Clérigos.

O BARROCO DA PRIMEIRA CAPITAL DO PAÍS

Na segunda metade do século XVII, Salvador era o centro econômico da região mais rica do Brasil e também o capital do país. Aí encontramos igrejas riquíssimas, como a de São Francisco.




O BARROCO DO RIO DE JANEIRO

O Rio de Janeiro só viria a ter destaque econômico e cultural com o início da extração do ouro de Minas Gerais, no século XVIII. Com seu porto, a cidade passou a centro de intercâmbio entre a região da mineração e Portugal. Em 1763, tornou-se a nova capital do país. A partir daí, forma erguidas muitas construções como o Arcos da Lapa e a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência.
A escultura barroca do Rio de Janeiro contou com artistas portugueses e com um brasileiro em especial: Mestre Valentim (1750-1813), tão respeitado quanto Antônio Francisco Lisboa, nosso artista barroco mais conhecido e admirado. Mestre Valentim foi também paisagista, mas suas obras mais bem preservadas são as que fez para igrejas, como a da Terceira Ordem do Carmo, a de São Francisco de Paula e a de Santa Cruz dos Militares.

O BARROCO DE UMA REGIÃO POBRE: SÃO PAULO

Fundada no século XVI, a cidade de São Paulo e seus arredores não tiveram o mesmo desenvolvimento que outras regiões no período colonial. No século XVII, os paulistas organizaram as bandeiras e seguiram para Minas Gerais, lançando-se às atividades de mineração. Enquanto isso, São Paulo permaneceu estagnada por todo o século XVIII, e as ordens religiosas apenas ergueram modestas igrejas barrocas.
Hoje há poucas construções barrocas na cidade de São Paulo. Delas, destaca-se o conjunto formado pela igreja e pelo convento de Nossa Senhora da Luz.
As esculturas do Barroco paulista são muito simples: em razão da pobreza da cidade, nenhum artista de renome ia para lá. Por isso, as imagens são em geral, rústicas, primitivas, feitas de barro cozido.

O BARROCO MINEIRO: TEM INÍCIO UMA ARQUITETURA BRASILEIRA

Foram os bandeirantes paulistas que desbravaram as terras mineiras, começaram a explorar ouro e pedras preciosas e fundaram os primeiros arraiais da região de Minas Gerais. Um desses bandeirantes foi Antônio Dias, que em 1698 chegou a Vila Rica, hoje Ouro Preto. Desde essa época, vilarejos como Mariana, Sabará, Congonhas do Campo, São João Del Rei, Caeté e Catas Altas começaram a desenvolver e a construir seus primeiros edifícios importantes.

A ARTE BARROCA EM OURO PRETO

A evolução da arquitetura mineira não foi rápida. Primeiro tentou-se utilizar a técnica construtiva paulista da taipa de pilão. O terreno mineiro, porém, é duro e pedregoso, pobre em pedras argilosas. Mais tarde tentaram-se outros processos até chegar às construções com muros de pedra.
Com o tempo, as diversas técnicas de construção foram combinadas harmoniosamente com a rica decoração interior. Essa integração teve seu auge em Minas Gerais, com Antonio Francisco Lisboa (1730-1814).
Na pintura do Barroco mineiro destaca-se Manuel da Costa Ataíde. Sua pintura nos forros de igrejas revela excepcional domínio da perspectiva. Mas seu talento também pode ser visto nas telas e nos painéis para as sacristias e as paredes laterais. Ataíde fez pinturas para a igreja de Santo Antonio, em Santa Bárbara, e para a igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Mariana, além da igreja de São Francisco, em Outro Preto.

ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA (O ALEIJADINHO): O PRINCIPAL ESCULTOR DO BARROCO DO BRASIL.

Além de arquiteto e decorador de igrejas, Antônio Francisco Lisboa foi escultor. Existem inúmeras obras suas em museus e igrejas, principalmente de Ouro Preto. Mas é a cidade de Congonhas do Campo que abriga seu mais importante conjunto escultórico.
Na ladeira à frente da igreja forma construídas seis capelas, três de cada lado. Em cada uma delas, um conjunto de estátuas de madeira em tamanho natural narra um passo da paixão de Cristo.
Há ainda inúmeras obras de artistas anônimos espalhadas pelas diversas regiões do país. Isso confirma a importância do Barroco em nossa história como um marco do início de uma arte que procura afirmar seu próprio valor.

Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1.ed., São Paulo: Ática, 2008. p.112 a 122.


Sugestões:
BARROCO NO BRASIL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco_no_Brasil

SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concatedral_de_S%C3%A3o_Pedro_dos_Cl%C3%A9rigos

IGREJA DE SÃO FRANCISCO:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_e_Convento_de_S%C3%A3o_Francisco_%28Salvador%29

IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_da_Ordem_Terceira_de_S%C3%A3o_Francisco_da_Penit%C3%AAncia

MESTRE VALENTIM
http://pt.wikipedia.org/wiki/Valentim_da_Fonseca_e_Silva

IGREJA TERCEIRA ORDEM DO CARMO:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_da_Ordem_Terceira_do_Carmo_%28Rio_de_Janeiro%29

IGREJA DE SÃO FRANCISO DE PAULA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_S%C3%A3o_Francisco_de_Paula


IGREJA DE SANTA CRUZ DOS MILITARES
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Santa_Cruz_dos_Militares

CIDADE DE OURO PRETO
(Considerar apenas as fotos)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro_Preto


CIDADE DE MARIANA: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mariana
SABARÁ: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sabar%C3%A1


CONGONHAS DO CAMPO: http://pt.wikipedia.org/wiki/Congonhas


SÃO JOÃO DEL REI:
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_del-Rei


CAETÉ: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caet%C3%A9


CATAS ALTAS (Utilizar as fotos): http://pt.wikipedia.org/wiki/Catas_Altas


IGREJA DE SÃO FRANCISCO – OURO PRETO: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_S%C3%A3o_Francisco_de_Assis_%28Ouro_Preto%29


ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aleijadinho

ARTE INDÍGENA BRASILEIRA

ARTE INDÍGENA BRASILEIRA


A ARTE INDÍGENA ANTERIOR A CABRAL


Segundo a Fundação Nacional do Índio – FUNAI -, quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia aqui de 1 milhão a 10 milhões de indígenas. Hoje restam cerca de 345 mil, distribuídos por reservas em todo o país. Além da redução numérica, impressiona e assusta a destruição de culturas que criaram, ao longo dos séculos os seus objetos de sua cultura.


UMA ARTE INTEGRADA À CULTURA


Quando dizemos que um objeto indígena tem qualidades artísticas, o fazemos do nosso ponto de vista, e não do ponto de vista do indígena. Para ele, os mais simples objetos usados no dia-a-dia – redes, potes, cestos, etc. – devem ser feitos com muito capricho e perfeição. Desse modo, os objetos são belos porque são bem-feitos, e não por serem obras artísticas.
Nas sociedades indígenas a preocupação com a beleza aparece nos acessórios – colares, tangas, cocares -, nas máscaras e objetos rituais e nas pinturas corporais.
Outro aspecto importante da arte indígena é que ela representa mais as tradições da comunidade que as preferências do artista. Assim, o estilo da pintura corporal, do traçado e da cerâmica varia muito de um grupo para outro, como se fosse a “marca” de cada comunidade.



A FASE MARAJOARA E A CULTURA DE SANTARÉM



No período pré-cabralino dois conjuntos de produção artística se destacam: a fase marajoara e a cultura Santarém.
A fase marajoara é a quarta das cinco fases que se dividiu a produção cultural dos povos da ilha de Marajó, a nordeste do atual estado do Pará. Essa produção destaca-se, sobretudo pela cerâmica: vasos domésticos, simples; e vasos cerimoniais e funerários, com decoração mais elaborada. Despertam interesse também as estatuetas com representações humanas. A cultura dessa fase sofreu um lento e constante declínio, até desaparecer completamente por volta de 1350, talvez absorvida por outros povos que chegaram à ilha.
A cultura Santarém corresponde aos vestígios culturais encontrados na região próxima à junção dos rios Tapajós e Amazonas, no estado do Pará. Seus vasos de cerâmica são ricamente decorados com pinturas, desenhos e relevos com figuras humanas ou de animais. A arte santarena produziu também objetos e estatuetas de formas variadas. Essa cultura prosseguiu até a chegada dos colonizadores, mas, por volta do século XVII, desapareceu.


A ARTE INDÍGENA MAIS RECENTE


Entre as atividades das comunidades indígenas atuais estão a cerâmica, a tecelagem e o traçado de cestos e balaios. De modo geral, essas comunidades contam com uma ampla variedade de matérias-primas: madeira, cortiça, fibras, palmas, palha, cipó, sementes, coco, resinas, couro, ossos, dentes, conchas, garras e plumas das mais variadas aves.
Na arte indígena despertam interesse também a arte plumária, as máscaras e a pintura corporal. A arte plumária é muito especial: não está ligada a uma finalidade, mas apenas à busca da beleza. Apresenta dois estilos mais importantes: peças maiores, como diademas; e peças mais delicadas, sobre faixas de tecido de algodão, como colares e braceletes.
A pintura corporal é usada para transmitir ao corpo a alegria contida nas cores vivas e intensas, por isso a escolha dessas cores importantes. As mais usadas são o vermelho vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do suco de jenipapo e o branco da tabatinga.
Para os índios, as máscaras são artefatos produzidos por homens comuns. Ao mesmo tempo, porém, tornam-se a figura viva do ser sobrenatural que representam. Podem ser feitas de troncos de árvore, palha de buriti e cabaças.


Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1.ed., São Paulo: Ática, 2008. p.88 a 94.


Sugestões:

ARTE INDÍGENA BRASILEIRA: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_arte_no_Brasil
FASE MARAJOARA E SANTARÉM: http://www.arteducacao.pro.br/hist_da_arte/hist_da_arte_prebrasil.htm

O RENASCIMENTO II

O RENASCIMENTO
(parte II)
2. O Renascimento na Alemanha e nos Países Baixos.

Com o tempo, as idéias dos artistas italianos que valorizavam a cultura greco-romana começaram a se expandir. Artista como Dürer, na Alemanha, e Holbein, Bosch e Bruegel, nos Países Baixos, renovaram a pintura de seus países inspirados pela pintura italiana renascentista.


DÜRER: A ARTE E A REALIDADE

Albrecht Dürer (1471-1528) foi um dos primeiros artistas alemães a representar o corpo humano com uma beleza ideal, como imaginaram os artistas clássicos gregos e romanos. Como se dedicou à geometria e à perspectiva, valorizou também a observação da natureza e a reproduziu fielmente em muitos de seus trabalhos.
Dürer foi famoso também como hábil gravador – artista que produz gravuras usando matriz a madeira ou o metal.


HANS HOLBEIN: A DIGNIDADE HUMANA

Hans Holbein (1498-1543) ficou conhecido como retratista de personalidades políticas, financeiras e intelectuais da Inglaterra e dos Países Baixos. Seus retratos destacam-se pelo realismo e pela aparência de tranqüilidade das pessoas retratadas. Ele procurou também dominar a técnica da pintura para expressar um dos ideais renascentistas de beleza: a dignidade do ser humano.

BOSCH: A FORÇA DA IMAGINAÇÃO

Hieronymus Bosch (1450-1516) criou uma obra inconfundível, rica em símbolos da astrologia, da alquimia e da magia do final da Idade Média. Nem todos os elementos presentes em suas telas, porém, podem ser decifrados, pois muitas vezes ele combina aspectos de diversos seres – animais ou vegetais – e cria estranhas formas sem motivo aparente. O que pretendia ele? Alguns estudiosos vêem em sua obra a representação do conflito que inquietava o espírito humano no final da Idade Média: de um lado, o sentimento do pecado ligado aos prazeres materiais; do outro, a busca de virtudes na vida ligada à espiritualidade. Além disso, muitas crenças religiosas espalharam-se pela Europa entre as pessoas mais simples e fortaleceram superstições, talvez representadas na pintura de Bosch.


BRUEGEL: UM RETRATO DAS ALDEIAS MEDIEVAIS

PIETER BRUEGEL, o Velho (1525-1569), viveu nas grandes cidades da região de Flandres, já sob a influência dos ideais renascentistas, mas retratou a realidade das pequenas aldeias que ainda conservavam a cultura medieval. É o caso, por exemplo, da pintura Jogos Infantis.

Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1.ed., São Paulo: Ática, 2008. p.76 a 80.

Sugestões:


ALBRECHT DÜRER: http://pt.wikipedia.org/wiki/Albrecht_D%C3%BCrer
Obras: http://www.wga.hu/index1.html

HANS HOLBEIN: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Holbein,_o_Jovem
Obras: http://www.wga.hu/index1.html

HIERONYMUS BOSCH: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hieronymus_Bosch
Obras: http://www.wga.hu/index1.html

PIETER BRUEGEL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pieter_Bruegel_o_velho
Obras: http://www.wga.hu/index1.html

O RENASCIMENTO

O RENASCIMENTO
(parte I)

1. O Renascimento na Itália

Chamou de Renascimento o movimento cultural desenvolvido na Europa entre 1300 e 1650. Tal nome sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto: mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e filósofos gregos eram muito estudados.

A ARQUITETURA

No período românico construíram-se templos fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem proporcionais entre si. Procurou ainda uma ordem que superasse a busco do infinito das catedrais góticas.
Um dos primeiros arquitetos a expressar esses ideais foi Filippo Brunelleschi (1377-1446). Exemplo de artista completo, foi pintor, escultor e arquiteto, além de dominar conhecimento de matemática e geometria. Destacou-se como construtor e teve participação decisiva na construção da catedral de Florença – igreja de Santa Maria Del Fiore. A construção dessa catedral iniciou em 1296; em 1369 as obras haviam terminado, mas o espaço a ser ocupado por uma cúpula continuava aberto. Em 1420, coube a Brunelleschi projetá-la.


A PINTURA

No fim da Idade Média e no Renascimento, predominava uma interpretação científica do mundo. Sobretudo na pintura, isso se traduz nos estudos de perspectiva segundo os princípios da matemática e da geometria. O uso da perspectiva conduz a outra tendência do período: o uso do claro-escuro, que consiste em pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Esse jogo de contrastes dá aos corpos uma aparência de volume. A combinação da perspectiva e do claro-escuro, por sua vez, contribui para dar maior realismo às pinturas.
Outro aspecto da arte do Renascimento, em especial a pintura, é a formação de um estilo pessoal. Mais livre em relação ao rei e a Igreja, o artista é como o vemos hoje: um criador independente, que se expressa contando apenas com sua capacidade de criação. Daí haver, no Renascimento, inúmeros artistas de prestígio, com características próprias.


PIERO DELLA FRANCESCA: A GEOMETRIA DO HUMANO

Para Piero della Francesca (1410-1492) a pintura não tem por função principal representar um acontecimento ou transmitir emoções, como alegria, tristeza, sensualidade. Sua obra apresenta, muitas vezes, uma composição geométrica combinada ao uso de área de luz e sombra.


BOTTICELLI: A LINHA QUE SUGERE RITMO

Sandro Botticelli (1445-1510) é considerado o artista que melhor transmitiu, no desenho, um ritmo suave e gracioso às figuras. Seus quadros – com temas tirados da Antiguidade grega ou da tradição cristã – buscam expressar o ideal de beleza do artista.

LEONARDO DA VINCI: CONHECIMENTO CIENTÍFICO E BELEZA ARTÍSTICA

Da Vinci (1452-1519) teve múltiplos interesses e habilidades. Aos 17 anos, em Florença, foi aprendiz de Verrocchio, escultor e pintor consagrado. Em 1492 foi para Milão, onde fez um projeto urbanístico completo para a cidade: uma rede de canais e um sistema de abastecimento de água e esgotos, ruas alinhadas, praças e jardins públicos.
Por volta de 1500 o artista passou a dedicar-se a estudos de perspectiva, óptica, proporção e anatomia. Nessa época, fez milhares de desenhos com anotações e os mais diversos estudos sobre anatomia humana, proporções de animais, movimentos, plantas de edifícios e engenhos mecânicos.
Da Vinci pintou pouco: o afresco mural Última Ceia e cerca de quinze quadros, entre os quais destacam-se Mona Lisa e A virgem e o menino. Dominou com sabedoria o jogo de luz e sombra e criou uma atmosfera que, partindo da realidade, estimula a imaginação do observador.

MICHELANGELO: A EXPRESSÃO DA DIGNIDADE HUMANA

Aos 13 anos, Michelangelo (1475-1564) foi aprendiz de Domenico Ghirlandaio, consagrado pintor de Florença. Depois freqüentou a escola de escultura mantida por Lourenço Médici, também de Florença. Entre 1508 e 1512, trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano, para o qual concebeu grande número de cenas do Antigo Testamento.

RAFAEL: A SIMPLICIDADE E A HARMONIA

Rafael Sanzio (1483-1520) é considerado o pintor renascentista que melhor desenvolveu os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e cores. Tornou-se muito conhecido por pintar as figuras de Maria e Jesus e seu trabalho transformou-se em modelo para o ensino de pintura em muitas escolas mais tradicionais.


A ESCULTURA

Na escultura italiana do Renascimento destacam-se Michelangelo e Andrea Del Verrocchio. Verrocchio (1435-1488) trabalhou em ourivesaria, o que influenciou sua escultura: algumas de suas obras possuem detalhes que lembra o trabalho de um ourives – artesão que trabalha com peças de ouro. Entre elas, destaca-se Davi, escultura da personagem bíblica que venceu o gigante Golias, poderosos soldado de um exército inimigo do povo de Israel. Quando a observamos, inevitavelmente a comparamos ao Davi de Michelangelo, pois as duas figuras são extremamente diversas entre si.
Na escultura, a criatividade de Michelangelo manifestou-se ainda em outros trabalhos, como a Pietá, conservada atualmente na basílica de São Pedro, em Roma.

Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1.ed., São Paulo: Ática, 2008. p.64 a 72.



Sugestões:

Filippo Brunelleschi: http://pt.wikipedia.org/wiki/Brunelleschi
Obras: http://www.wga.hu/index1.html
Igreja de Santa Maria Del Fiore: http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Maria_del_Fiore


PIERO DELLA FRACESCA: http://pt.wikipedia.org/wiki/Piero_della_Francesca
Obras: http://www.wga.hu/index1.html

BOTTICELLI: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sandro_Botticelli
Obras: http://www.wga.hu/index1.html
LEONARDO DA VINCI: http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci
Obras: http://www.wga.hu/index1.html


MICHELANGELO BUONARROTI: http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo
Obras: http://www.wga.hu/index1.html


RAFAEL SANZIO: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rafael_Sanzio
Obras: Procurar como -> RAFFAELLO Sanzio em http://www.wga.hu/index1.html


ANDREA DEL VERROCCHIO: http://pt.wikipedia.org/wiki/Andrea_del_Verrocchio
Obras: http://www.wga.hu/index1.html

ARTE ROMÂNICA

A ARTE ROMÂNICA

Depois das primeiras décadas do século III, os imperadores romanos começaram a enfrentar lutas internas pelo poder. Havia, ainda, a ameaça às fronteiras do império por parte de povos invasores, a quem os romanos chamavam de “bárbaros”. Começava a decadência do Império Romano e o desaparecimento quase completo, na Europa ocidental, da cultura greco-romana, ou clássica.
As tradições greco-romanas só viriam a ser retomadas no século IX, com Carlos Magno, coroado imperador do Ocidente.

A ARQUITETURA

Com as oficinas de arte da corte de Carlos Magno, a cultura grego-romana foi redescoberta. Na arquitetura isso levou à criação, mais tarde, de um novo estilo para a construção principalmente de igrejas: o estilo românico. Esse nome, portanto, designa as obras arquitetônicas do fim dos séculos XI e XII, na Europa, cuja estrutura era semelhante à das construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são a utilização da abóbada, dos pilares maciços que sustentam e das paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas.
Dessas características, resulta um conjunto que chama a atenção do observador: as igrejas românicas são grandes e sólidas. Daí serem chamadas “fortalezas de Deus”.

ARQUITETURA ROMÂNICA NA ITÁLIA

Na Itália, a arte românica se desenvolveu com características diferentes das do resto da Europa. Mais próxima do exemplo greco-romano, os italianos procuraram usar frontões e colunas. Uma das mais conhecidas edificações da arte românica italiana é o conjunto da catedral de Pisa.

A PINTURA

A arquitetura românica, com suas grandes abóbadas e espessas paredes laterais de poucas aberturas, criou amplas superfícies que favoreceram a pintura mural. Assim, a pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, por meio da técnica do afresco.
Os afrescos tinham como modelo as ilustrações dos livros religiosos, pois na época, nos conventos, era intensa a produção de manuscritos ilustrados à mão com cenas da história sagrada. Assim, a pintura românica praticamente não registra assuntos profanos, isto é, não-religiosos, como paisagens, animais, pessoas em duas atividades diárias.
As características essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A deformação traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que o artista fazia da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, era sempre maior do que as demais. Sua mão e seu braço, no gesto de abençoar, tinham proporções intencionalmente exageradas para que o gesto fosse valorizado por quem contemplasse. Os olhos eram muito grandes e abertos para evidenciar a intensa vida espiritual.

Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1.ed., São Paulo: Ática, 2008. p.34 a 42.


Sugestões:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_rom%C3%A2nica
http://www.historiadaarte.com.br/arteromanica.html
Imagens: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_do_rom%C3%A2nico

ARTE GÓTICA

ARTE GÓTICA

A Idade Média foi um dos períodos mais longo da História: durou cerca de dez séculos. Iniciou-se no ano de 476, com a ocupação de Roma pelos bárbaros, e teve fim em 1453, quando ocorreram dois fatos importantes: a tomada de Constantinopla pelos mulçumanos e o fim da Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra.

A ARQUITETURA E A ESCULTURA

No início do século XII ainda predomina a arquitetura românica, mas já surgem mudanças que conduzirão a uma profunda revolução arquitetônica.
No século XVI, essa forma de construir foi chamada de gótica – nome que associava sua aparência, à época considerada estranha, aos godos, povo bárbaro.
Hoje a arquitetura gótica é considerada uma das mais belas e cheias de significados já produzidas. A primeira edificação em estilo gótico, a abadia de Saint-Denis, foi erguida na França em 1140.
A característica mais importante da arquitetura gótica é a abóbada de nervuras, muito diferente da abóbada de arestas românica porque deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura.
Esse novo tipo de abóbada foi possível graças ao arco ogival, diferente do arco pleno do estilo românico. Com ele, as igrejas góticas podiam ser muito mais altas que as românicas. Além disso, as ogivas, que se alongam e apontam para o alto, acentuam a impressão de verticalidade da construção.
Outro elemento muito usado nas catedrais góticas são os pilares. Dispostos em espaços bem regulares, eles dão suporte ao teto de pedra. Graças a eles as paredes não precisam ser muito grossas para sustentar o teto. As largas paredes com janelas estreitas das igrejas românicas dão lugar a paredes muito mais altas e com grandes janelas, preenchidas com belos vitrais. Esse conjunto – arcos ogivais, pilares, paredes altas e cheia de vitrais – transmite uma forte impressão de amplitude e leveza.
Entre os séculos XII e XVI foi construída a catedral de Notre-Dame de Chartres. Sua arquitetura tem muitos aspectos interessantes, dos quais se destaca o portal principal, conhecido como Portal Régio, um dos mais belos conjuntos escultóricos do mundo. Nele vemos como a escultura gótica enriquece a arquitetura.
Outra importante construção gótica, iniciada por volta de 1160, é a catedral de Notre-Dame de Paris uma das maiores igrejas católicas do mundo. Tem 150,20 metros de comprimento e suas principais abóbadas estão a 32,50 metros do chão. Nela introduziu-se um novo recurso: o arcobotante.

A ARQUITETURA GÓTICA E OS VITRAIS

O interior das catedrais góticas é bastante iluminado. A claridade entra pelas janelas das paredes das naves laterais e pelos grandes vitrais que ficam atrás do altar principal.

OS MANUSCRITOS ILUSTRADOS

Do século XII ao século XV, os artistas trabalharam também com objetos preciosos – feitos de marfim, ouro, prata e decorados com esmalte - em ricos manuscritos ilustrados.

A PINTURA

A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XIII e XIV e início do século XV, quando começou a ganhar novas características que anunciavam o Renascimento. A principal delas foi o realismo: os artistas procuravam pintar as figuras da forma mais fiel possível ao que viam.
O pintor mais importante do final do século XIII e início do século XIV foi o florentino Ambrogiotto Bandone, conhecido como Giotto (1233-1337). A maior parte de suas obras é formada por afrescos que decoram igrejas.
Além dos grandes murais de Giotto, o estilo gótico produziu quadros de proporções menores e retábulos. Jan van Eyck (1390-1441), por exemplo, pintou obras célebres pela riqueza de detalhes e pelo realismo. Considera-se seu trabalho como de transição para a fase renascentista da pintura flamenga.

Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1.ed., São Paulo: Ática, 2008. p.52 a 60.


Sugestões:

Estilo Gótico: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_g%C3%B3tico
Arquitetura Gótica: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_g%C3%B3tica
Pintura Gótica: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_do_g%C3%B3tico
Obras de Ambrogiotto Bondone (Giotto): http://www.wga.hu/index1.html
Obras de Jan van Eyck: http://www.wga.hu/index1.html

ARTE BIZANTINA

ARTE BIZANTINA

O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era. Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina.
Graças a sua localização (Constantinopla) a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor.
A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores. O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus.
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que receberam maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados.
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido.
Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente a escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano. Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia.Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da arte bizantina.E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.



UM POUCO MAIS DE SANTA SOFIA
"A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império Bizantino, encontra-se no seu vasto interior. Um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula.
Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz - um claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior".

Referências Bibliográficas
MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Arte Bizantina. Disponível em: http://www.historiadaarte.com.br/linhadotempo.html, s.d. Acesso em 07/02/2010.

Sugestões:
Arte Bizantina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_bizantina
Pintura Bizantina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_bizantina
Arquitetura Bizantina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_bizantina
Basílica de Santa Sofia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Santa_Sofia
http://www.youtube.com/watch?v=gmOPBt0qlNc
http://www.youtube.com/watch?v=uXx950qJj3M&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=vmz9oLtmuoM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=rZfSfVbbwKc&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=fgsHV9hYKJk&feature=related

ARTE ROMANA

A ARTE ROMANA

A fundação de Roma está cercada de lendas e mitos. Tradicionalmente considera-se que ela se deu em 753 a.C.. Sabe-se, porém, que a formação cultural do povo romano sofreu forte influência de gregos e etruscos, que ocuparam diferentes regiões da Itália entre os séculos XII e VI a.C..
Os romanos receberam dos etruscos a idéia de que a arte deve expressar a realidade vivida. Dos gregos, herdaram a visão de que a arte deve expressar um ideal de beleza.

A ESCULTURA

A escultura é uma forma interessante de observar a influência de etruscos e gregos. Realistas e práticos como os etruscos, os romanos produziram na escultura figuras muito próximas da pessoa retratada. Como os gregos, procuraram também manifestar em suas obras uma beleza humana ideal.
A preocupação dos escultores romanos em representar figuras de fácil identificação é notada também nos relevos de monumentos comemorativos.

A ARQUITETURA

O arco foi um importante recurso de arquitetura que os romanos conheceram com os etruscos e empregaram em muitas de suas obras. Antes de sua invenção, o espaço entre colunas era limitado pelo tamanho das arquitraves, pois, quanto maior ela é, maior a tensão que recebe. Além disso, a pedra não suporta grandes tensões. Por isso os templos gregos eram repleto de colunas, o que reduzia o espaço de circulação.
O arco permitiu ampliar o vão entre as colunas, pois nele as tensões têm distribuição mais homogênea. O conhecimento dos romanos sobre o arco e sobre a construção de abóbadas possibilitou-lhes criar amplo espaços internos, livres de colunas. O Panteão é o melhor exemplo dessa diferença da arquitetura romana em relação à grega.

A CONCEPÇÃO ARQUITETÔNICA DO TEATRO

Com o emprego de arcos e abóbadas, os romanos construíram amplos edifícios, sobretudo anfiteatros, para abrigar muitas pessoas. Os anfiteatros romanos foram importantes também para as lutas de gladiadores, espetáculos muito populares e que podia ser apreciado de todos os ângulos.
O anfiteatro romano possuía um espaço central em forma de elipse, onde se dava o espetáculo. Em volta dele, ficava o auditório, composto por um grande número de fileiras de assentos, que formavam a arquibancada. Assim era o Coliseu, o mais belo dos anfiteatros romanos.

O AQUEDUTO: IMPORTANTE OBRA PÚBLICA

A arte e a capacidade de construção dos romanos revelam um povo de grande espírito prático: por toda parte, estabeleceram colônias e construíram casas, tempos, termas, aquedutos, mercados e edifícios governamentais.

A PINTURA

A maior parte das pinturas romanas hoje conhecidas provém das cidades de Pompéia e Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C.. As pinturas de Pompéia – cujas ruínas foram descobertas no século XVIII – fazem parte da decoração das paredes internas dos edifícios.
Inicialmente, decoravam-se as paredes com uma camada de gesso pintado para dar impressão de placas de mármores. Mais tarde, alguns pintores perceberam que era possível passar a ilusão de um bloco saliente de mármore apenas pela pintura, sem necessidade do gesso. Essa descoberta conduziu a outra: se era possível sugerir saliência, podia-se também sugerir profundidade. Começou-se, então, a pintar painéis que davam a idéia de janelas abertas por onde se viam paisagens com pessoas e animais. Outras vezes, pintavam-se barrados com figuras de pessoas formando uma grande pintura mural.
Os artistas romanos dedicaram-se também à arte do mosaico. Foram encontrados mosaicos em muitas cidades romanas, mas os de maior valor artístico são os que decoravam os edifícios de Pompéia.
Os pintores romanos misturavam realismo com imaginação, e suas obras ocuparam grandes espaços nas construções, complementando ricamente a arquitetura.


Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1.ed., São Paulo: Ática, 2008. p.34 a 42.

URL´s sugeridas para complementação da pesquisa:

PINTURA E AFRESCOS ROMANOS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_da_Roma_Antiga

ARQUITETURA ROMANA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_da_Roma_Antiga

LENDA DA FUNDAÇÃO DE ROMA
http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%B4mulo_e_Remo

ARTE PALEOCRISTÃ

ARTE PALEOCRISTÃ
O termo Arte Paleocristã, ou paleocristianismo, não designa propriamente um estilo, referindo-se antes a todo o tipo de formas artísticas produzidas por ou para cristãos, durante a vigência do império romano do ocidente. As formas mais antigas remontam ao século III, evoluindo posteriormente até ao século V d.C..
CONTEXTO E LEGADO ARTÍSTICO
Da produção artística dos primeiros 200 anos do cristianismo pouca informação chegou aos nossos dias. Esta aparente ausência de legado deve-se, em grande parte, à dificuldade de atribuição clara de criações desta época à Arte Paleocristã. Neste período de embrionagem do cristianismo, a sua arte adapta a muita das tipologias formais da arte romana pagã, "escondendo" os seus novos significados e conteúdos religiosos sob elementos de uma linguagem artística já profundamente enraizada no império romano. Também as restrições do Antigo Testamento à idolatria deverão ter tido um impacto castrador no que diz respeito à liberdade artística e às suas possibilidades expressivas.
Por outro lado, a nova religião é majoritariamente representada pelas classes sociais mais desfavorecidas, sem os apoios financeiros da arte imperial, não é ainda reconhecida oficialmente e é perseguida pela figura do imperador. Os primeiros indícios claros na afirmação de um estilo próprio surgem em inícios do século III com as pinturas murais nas catacumbas romanas, único lugar de culto e refúgio cristãos.
Com o Édito de Milão de 313, Constantino, convertido ao cristianismo, reconhece a liberdade de culto à nova religião que acaba por se transformar, após finais do século IV, na religião oficial do império. Com esta oficialização dá-se um impulso na produção artística e são edificados os primeiros lugares de culto próprio.
É também importante referir a transição, em 324, da capital do império romano para Constantinopla a oriente (anterior Bizâncio), fator crucial que levará à cisão do cristianismo em duas grandes vertentes (catolicismo a ocidente e ortodoxia a oriente) e conseqüentemente à evolução de um estilo artístico diferente no Império Bizantino, a Arte Bizantina. Mais tarde, no século VIII, esta situação entre a ortodoxia e a representação de imagens pela religião cristã vai culminar na crise iconoclasta.

CATACUMBAS
Nos primeiros 200 anos da nova religião, antes de Constantino, é provável que tenham existido vários centros artísticos com estilos artísticos próprios, como Alexandria e Antióquia, mas é em Roma que se revelam as primeiras pinturas murais em catacumbas, locais que serviam de cemitério subterrâneo aos aderentes do cristianismo, para quem a fé se baseava na esperança da vida eterna após a morte. É nesta constante aspiração ao Paraíso que o ritual funerário do enterro, e a conseqüente manutenção da sepultura, tornam-se o elemento chave das primeiras representações da arte cristã.
A pintura a fresco vai dominar essencialmente tetos num estilo ainda muito influenciado pela pintura mural romana tardia, onde vai buscar os motivos arquitetônicos para a ilusão espacial e as figuras planas de corpo proporcional. Mas este vocabulário tradicional é adaptado a uma nova mensagem onde se revelam temas bíblicos com especial preferência pela narração de milagres do Antigo Testamento (Milagre de Jonas). Alguns dos motivos da arte romana são transpostos para os novos conteúdos, como o cacho de uvas, a imagem do Bom-Pastor (que surge na figura de Cristo com o seu rebanho de ovelhas) e o pavão que, assim como o peixe (que alguns autores defendem também derivar da arte romana pagã), simbolizam a esperança na ressurreição e imortalidade.
ARQUITETURA
Até a declaração de liberdade de culto, a arte cristã não tinha uma tipologia arquitetônica própria, optando por celebrar o seu culto em lugares pouco relevantes. Com o Édito de Milão, Constantino apóia a construção de templos próprios, em Roma, Milão, Ravena, de modo a divulgar a nova religião e acolher o crescente número de convertidos.
A BASÍLICA
As novas igrejas, desenvolvidas a partir da basílica romana, vão revelar a base do que será a arquitetura religiosa da Europa ocidental ao longo dos séculos. A basílica clássica, um espaço amplo onde se possibilita o agrupamento de um avultado número de pessoas, pode satisfazer várias necessidades (tribunal, mercado, audiências etc), mas nunca serve o propósito de local de culto. Com a nova necessidade arquitetônica do cristianismo este espaço vai-se revelar como o indicado à nova procura de grandiosidade da nova religião e ao acolhimento dos fiéis, sem entrar em conflito com possíveis significados religiosos anteriormente atribuídos ao espaço. Observa-se o nascimento de um espaço que sintetiza em si elementos da basílica romana, da casa particular e originais.
Mas embora se tenham levado a cabo várias edificações, estas foram sendo alteradas ao longo dos tempos e nenhuma se apresenta hoje com o seu traçado original. É possível, mesmo assim, formar uma idéia da sua caracterização observando a ilustração da planta original da Basílica de São Pedro, ou o interior da Basílica de São Paulo extra-muros em Roma (que apresenta já algumas alterações, mas que se manteve no seu estado original até 1823).
A basílica paleocristã compõe-se, então, por uma nave central com clerestório de janelas altas, abertas em paredes assentes em arquivoltas ou em arquitraves, cujas colunas fazem a ligação a outras duas naves laterais (colaterais) de menor altura. Todo o espaço segue um eixo longitudinal e converge a oriente na abside, onde se situa o altar, e que é emoldurada por um arco triunfal. Este arco pode estar assente numa área elevada denominada bema. Em algumas basílicas, entre as naves e a abside, situa-se uma nave transversal, o transepto, que forma um T com a nave central. Os tectos eram de travejamento à vista, de madeira.
O exterior, pouco ornamentado, oferece a entrada do recinto a ocidente através de um atrium, um pátio rodeado de arcadas, que estabelece a sua ligação à igreja através de um nártex .

MOSAICO
O desenvolvimento da arquitetura e a emergente necessidade de decorar vastas superfícies vão impulsionar a produção artística do mosaico, uma técnica com origens na arte antiga, difundida na Mesopotâmia e com profundas tradições no período greco-romano. O mosaico romano, geralmente utilizado para o revestimento de pavimentos, é feito à base de pequenos cubos de mármore (tesserae) que se adaptam bem à reprodução cuidada de pinturas, mas de pouca intensidade cromática.
A arte Paleocristã, podendo agora usufruir de maiores bases financeiras e relegando para segundo plano a pintura mural a fresco, vai procurar aperfeiçoar a técnica e vai brindar o interior da igreja com intensas e vibrantes imagens policromáticas, possíveis pela substituição do mármore por pedaços de vidro colorido. Este novo material não permite, no entanto, uma paleta complexa de matizes e a modelação das figuras perde o seu contacto com o mundo real, as personagens apresentam-se como seres transcendentais, imateriais, habitantes de um reino de luz e ouro.
Pouco sobreviveu destes primeiros mosaicos do paleocristianismo, mas supõe-se que cobririam as grandes superfícies da abside, do arco triunfal e da nave, representando cenas bíblicas. Crê-se que a sua variedade formal tenha ainda herdado muito da arte romana adaptando-a aos novos conteúdos religiosos e isso pode-se ainda observar-se na Basílica de Santa Maria Maggiore pela forte geometrização e pelo ilusionismo espacial. É também de referir o novo objetivo de sintetizar as formas para que estas sejam compreensíveis à distância, ou seja, para que a mensagem principal possa ser compreendida de longe. Este fato vai acentuar a importância simbólica do gesto e do olhar como elementos relevantes na transmissão de mensagens, sendo também para isso distorcida a sua proporção em relação à figura.


Iluminura
Em oposição à arte romana pagã, o cristianismo baseia o seu conteúdo nos textos sagrados da bíblia, cunhando os manuscritos com ilustrações, as iluminuras, de elevada importância no processo de manutenção e propagação das escrituras. Acompanhando este aumento produtivo está também o desenvolvimento da técnica da produção dos suportes para manuscritos. Até então eram usados rolos de papiro que não permitiam grande liberdade artística no que diz respeito à ilustração. O permanente enrolar e desenrolar do papiro causava a deteriorização da tinta criando–se apenas cabeçalhos com formas simples e lineares. Com a introdução do pergaminho, na século II a.C., que se pode dobrar sem partir, surgem os primeiros livros com encadernações ricas em madeira e decoração em metal e pedras preciosas, os códices (vellum codex), onde a liberdade formal e cromática não encontra os limites anteriormente estabelecidos pelo suporte.
Poucas são as iluminuras do paleocristianismo que sobreviveram até aos nossos dias, mas o pouco que se conhece a partir do século V, apresenta uma rica variedade cromática que recebe inicialmente muita da influência da estrutura espacial e geometrização da pintura greco–romana. No Gênesis de Viena, uma das mais antigas iluminuras conhecidas do cristianismo, pode–se observar a sumptuosidade das cores e já a quebra com o uso de molduras de limite espacial. Aqui as imagens e o texto fazem parte de um todo em comunhão. De modo a otimizar o aproveitamento de espaço no pergaminho, a descrição dos acontecimentos não se desenrola em bandas horizontais, mas sim seguindo uma linha curva imaginária onde os diferentes momentos se vão sucedendo sem interrupção, a designada narração contínua.
ESCULTURA
A escultura assume um papel secundário pela proíbição à idolatria, evitando a representação da figura humana em tamanho natural, orientando-se, por isso, mais no sentido decorativo e de dimensões reduzidas. Podem-se referir, principalmente, trabalhos de relevo em sarcófagos, efetuado a partir do século III, de caráter simbólico, primando pela serenidade e artificialismo formal das figuras.

Referências Bibliográficas
ARTE PALEOCRISTÃ. Disponível na URL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_paleocrist%C3%A3. Acessado em 07/02/2010

ARTE GREGA

A ARTE NA GRÉCIA

Por volta do século X a.C, os habitantes da Grécia continental e das ilhas do mar Egeu formavam pequenas comunidades, distantes uma das outras, e falavam diversos dialetos.
Nessa época, as comunidades eram muito pobres, mas aos poucos foram enriquecendo e se transformando em cidades-Estado. Com o aumento do comércio, essas cidades-Estado entraram em contato com as culturas do Egito e do Oriente Próximo, cuja a arte despertou admiração nos gregos. Assim, embora a princípio os artistas gregos tenham imitado os egípcios, depois passaram a criar sua arquitetura, escultura e pintura, movido por idéias próprias em relação à vida, à morte e às divindades.

A ESCULTURA

Aproximadamente no fim do século VII a.C. os gregos começaram a esculpir em mármore grandes figuras masculinas – Kouros – 525 a.C.
Na Grécia, a arte não tinha função religiosa, como no Egito. Sem submeter-se a regras rígidas, a escultura evoluiu livremente. O escultor grego começou, então, a não se satisfazer mais com a postura rígida e forçada de suas esculturas. Dessa evolução resultaram trabalhos como Efebo de Crítios.
Também para superar a aparência de rigidez e imobilidade, o escultor grego procurou representar as figuras em movimento. É o caso do Discóbolo, de Míron.
A melhor solução para superar a aparência da imobilidade foi encontrada pelo escultor Policleto na escultura Doríforo (lanceiro).

A ARQUITETURA

As contruções que se destacam na arquitetura grega são os templos. Hoje em dia, os templos são construídos para reunir dentro deles, pessoas em cultos religiosos. Entre os gregos, porém sua finalidade era proteger das chuvas ou do sol excessivo as esculturas de deuses e deusas.
O templo era construído sobre uma base com três degraus: as colunas e as paredes do templo eram erguidas sobre o mais elevado deles. O conjunto formado pelas colunas e pelas estruturas a elas ligadas obedecia a dois modelos: o da ordem dórica e o da ordem jônica.
A cobertura dos templos era constituída de dois telhados altos no centro e inclinados para os lados. Essa posição de telhado, tanto na entrada do templo como no fundo, criava um espaço em forma de triângulo – o frontão - , que era ornamentado com esculturas.

A PINTURA EM CERÂMICA

Na Grécia, a pintura em cerâmica tornou-se uma forma especial de manifestação artística. Os vasos gregos, ou ânforas, são famosos pela beleza da forma e pela harmonia entre desenho, cores e espaço utilizado para a ornamentação. Eram usados em rituais religiosos e também para armazenar água, vinho, azeite e outros alimentos. À medida que passaram a apresentar uma forma equilibrada e um trabalho harmonioso de pintura, tornaram-se também objetos de decoração.
As pinturas representavam cenas da mitologia grega e de pessoas em suas atividades diárias. Inicialmente o artista pintava, em negro, a silhueta das figuras. Depois, fazia os detalhes do desenho retirando a tinta preta. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.
Aproximadamente em 530 a.C., Eutímedes, discípulode Exérquias, introduziu uma grande modificação na arte de pintar vasos: inverteu o esquema de cores, isto é, deixou as figuras na cor natural do barro cozido e pintou o fundo de negro, dando início à série de figuras vermelhas.

A ESCULTURA NO PERÍODO HELENÍSTICO

No século IV a. C., Filipe II, rei da Macedônia, dominou a Grécia. Ao morrer, foi sucedido pelo filho, Alexandre Magno, que construiu um gigantesco império: manteve o domínio sobre a Grécia e conquistou a Pérsia e o Egito. Com sua morte, o império dividiu-se em vários reinos nos quais se desenvolveu uma cultura semelhante à grega – daí ser chamada de helenística, de Hélade, como a Grécia era conhecida.
A escultura desse período apresenta características bem diferentes da dos períodos anteriores. Uma delas é a tendência de expressar, sob forma humana, idéias e sentimentos, como paz, amor, liberdade, vitória, etc. Outra é o inicio do nu feminino, pois nos períodos arcaico e clássico as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas.
No início do século III a.C. os escultores já aceitavam a idéia de que suas figuras deveriam expressar movimento e despertar no observador o desejo de andar em torno delas para examiná-las de vários ângulos.
A grande novidade da escultura do período helenístico, entretanto, foi a representação de grupos de pessoas, em vez de apenas uma figura. Todo o conjunto devia dar a impressão de movimentos e permitir a observação por todos os ângulos. Conforme a obra O soldado gálata e sua mulher.

A PINTURA, NA GRÉCIA ANTIGA

A pintura, na Grécia antiga, foi em geral associada a outras formas de arte, como a cerâmica, a estatuária e a arquitetura. Ao contrário do caso da pintura cerâmica, restam pouquíssimos exemplos de pintura mural ou de painel, e a maior parte do que se sabe sobre esta forma de expressão plástica deriva de fontes literárias antigas e algumas cópias romanas.

A PINTURA MURAL

A história recorda apenas poucos nomes de pintores do período arcaico, como Cleantes de Corinto, Boularcos e Cimon, mas só podemos especular como teria sido a sua produção. Alguns vestígios da pintura daquele período são encontrados em murais de Ístmia, em métopes de Thermon e em algumas placas de madeira e cerâmica encontradas em Corinto e Atenas, e traem a influência da arte egípcia e asiática, mantendo uma similitude com as técnicas de pintura em vasos. A arte mural etrusca desta época deve muito à arte grega, mas mesmo desenvolvendo-se em linhas próprias é uma fonte de informação preciosa para o conhecimento da pintura grega arcaica.
Obras mais significativas só sobrevivem a partir do século V a.C., quando a pintura mural adquire independência da pintura cerâmica e abandona seu caráter eminentemente gráfico passando para um tratamento de fato pictórico das superfícies, com emprego de vivos efeitos de pincel, manchas de cor com gradações de tons e veladuras. Destacam-se os murais realizados em uma tumba de Paestum, na Itália, por um artista desconhecido, e hoje preservados no Museu Arqueológico de Paestum, revelando um bom conhecimento de anatomia e um desenho habilidoso, com olhos em perfil e elementos paisagísticos. Nesta fase outros artistas deixaram seu nome na memória dos pósteros, como Polignoto, o mais importante do período clássico, afamado pela boa caracterização fisionômica e vivacidade de seus retratos. Um vaso preservado no Louvre, ilustrando o massacre dos Nióbidas, talvez espelhe o seu estilo. Também tiveram notoriedade Mícon, irmão de Fídias, e Panaios, estes últimos produzindo em conjunto uma cena da batalha de Maratona. Agatarcos introduziu inovações na perspectiva e Apolodoro aperfeiçoou a realização das luzes e sombras.
Do século IV a.C. são importantes os murais da Pequena Tumba Real de Vergina, ou a Tumba de Perséfone, o mais antigo exemplo remanescente em bom estado de pintura mural de alto nível e em grande escala, sendo de especial interesse pela sua riqueza emocional e espontaneidade do desenho, já apontando para os desenvolvimentos do Helenismo. Aparece nesta época também a técnica de justaposição de pinceladas em cores diferentes para à distância obter-se um efeito cromático especial, numa técnica que tem afinidade com os princípios modernos do impressionismo e do pontilhismo - embora com efeito final diferente.
Dos artistas foram notáveis Zeuxis, Demétrios e Parrásios, e sobretudo Apeles, talvez o maior dos pintores da Grécia antiga, um artista de transição entre o classicismo e o helenismo, introdutor de inovações técnicas, autor de um tratado sobre pintura infelizmente perdido, e pintor oficial de Alexandre o Grande. Nada de sua produção chegou até nós, mas as descrições que foram feitas por Plínio e Pausânias influenciaram artistas até no Renascimento. Entretanto, parece que um painel encontrado em Pompéia seja uma cópia da Afrodite Anadiômene de Apeles.
Outra obra importante é a da Grande Tumba Real de Vergina, datada de 336-317 a.C., cuja fachada é decorada com uma grande cena de caça ao leão, com sutis gradações de cor e sombreado, num estilo que é diretamente devedor a Apeles. Em estilo semelhante é o grande mosaico mostrando o combate entre Alexandre e Dario, hoje no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, quase com certeza uma cópia muito fiel, ainda que em técnica diversa, de uma pintura de Folixeno de Erétria.
Em Alexandria se encontraram alguns remanescentes em bom estado de pinturas em estelas funerárias, datando dos séculos IV e III a.C., que evidenciam a evolução do estilo em direção a uma sofisticação na perspectiva, com sutil gradação de cores e linhas delicadas e fluentes. Outras pinturas de Pompéia e Herculano também podem ser interpretações bastante próximas do estilo pictórico helenístico, embora não se possa afirmar com certeza se são tão fiéis aos seus modelos gregos como ocorreu com a estatuária.

AS TÉCNICAS

Os gregos são reputados como os precursores da pintura ocidental em diversos aspectos, tendo desenvolvido a representação com ilusão de tridimensionalidade através do sombreado e de elementos de perspectiva, inovações aparecidas por volta do século V a.C. Até então a representação da figura era basicamente plana e linear, com a cor meramente preenchendo áreas definidas por um contorno. Outro aspecto bastante característico da fase clássica foi a redução da paleta para quatro cores básicas: vermelho, amarelo, branco e preto, com o restante das cores reintroduzidas na transição para o helenismo. Esta limitação parece estar associada a um simbolismo até agora não elucidado satisfatoriamente, e é bem possível que a terminologia usada para descrever os aspectos técnicos da pintura grega antiga tenha tido uma tradução e interpretação que não correspondem à verdade, o que é sugerido por diversas passagens contraditórias e mesmo incompreensíveis de certos textos literários.
É importante notar que na Grécia antiga a visão que se tinha da arte diferia radicalmente da contemporânea, e pelo menos até a fase helenística não existia o conceito de arte pela arte, mas tudo o que se fazia antes tinha um propósito eminentemente funcional - como oferenda aos deuses, comemoração de algum evento histórico ou de algum ato heróico, memento de algum personagem ilustre, e assim por diante. Na verdade sequer existia uma palavra específica para arte, chamada simplesmente de techné, técnica ou artesania; em suma, era um dos diversos ofícios manuais, mas isso não impedia que os artistas fossem orgulhosos de seus trabalhos e muitos assinassem suas obras para eternizar sua própria memória, algo inédito na história da arte ocidental.
Quanto aos suportes, é geralmente aceito que eram usados a madeira, a pedra (incluindo a alvenaria das construções), o gesso e a terracota. Não há evidências sólidas do uso de suportes em tecido como a tela de algodão, salvo para uso em cenários de representações teatrais, só sendo mais largamente empregados a partir do período romano. Nos materiais eram comuns o afresco e a têmpera, com a encáustica sendo introduzida pela escola de Sicônia. O óleo parece ter sido conhecido, mas não largamente empregado. Os motivos, como em toda a arte grega antiga, privilegiavam o corpo humano, com representação de uma variedade de cenas de heróis e deuses, bem como de momentos mais prosaicos e domésticos. A paisagem e os elementos arquiteturais de fundo foram sempre tratados mais simplificadamente, mas a ornamentação geométrica e fitomorfa era generalizada.

Principais escolas

• Escola Ática, cujo expoente maior foi Polignoto, trabalhando principalmente com a figura humana. Outros autores desta escola foram Agatarcos, que devido à sua associação com o teatro desenvolveu a representação de elementos de arquitetura e o uso dos contrastes de luz para criar a ilusão de perspectiva e volume, e Apolodoro, o primeiro, segundo Plínio, a descobrir as gradações de cores e a aplicar as descobertas de Agatarcos à figura humana.
• Escola Jônica, florescendo após a Guerra do Peloponeso, mas em atividade desde o século VI a.C. Introduziu avanços em relação à escola Ática no que toca ao efeito de ilusão tridimensional, técnica desenvolvida em especial por Zeuxis, considerado um mestre na ilusão, tanto que correu uma lenda sobre uvas que havia pintado que teriam sido bicadas por pássaros, imaginando que se tratavam de frutas reais. A técnica do chiaroscuro, ou sombreado, também recebeu mais atenção e refinamento. Parrásios parece tê-lo superado no efeito ilusionístico, e enquanto Zeuxis iludiu as aves, Parrásios iludiu o próprio Zeuxis com um cenário. Por fim Parrásios foi derrotado em um concurso por Timantes, cuja obra O sacrifício de Ifigênia pode ter sobrevivido em uma cópia romana de Pompéia.
• Escola de Sicônia, surgida após as Guerras do Peloponeso com Eupompos, reagiu contra o ilusionismo da escola jônica, tido como fútil, com a introdução de métodos mais austeros de desenho e colorido. Seu discípulo Pânfilo levou a escola à maturidade, e é creditado como o introdutor na encáustica, embora esta técnica deva ter sido conhecida antes. Outro artista é Pausias, que trabalhou mais extensivamente a cena de gênero e a natureza morta, e foi celebrado pelo eficaz uso do escorço na representação de um touro visto de frente.
• Escola Ática-Tebana, a última a aparecer, já no século IV a.C., com destaque para Nicômaco e Aristides, que deram mais emoção às figuras. Eufránor e Níkias também pertencem a esta escola, que desenvolveu técnicas de tridimensionalidade mais impactantes, com modelado mais volumoso do corpo humano.
• Escola Helenística, não propriamente uma escola unificada, mas designa um período em que a arte grega se expandiu enormemente pelo norte da África, Ásia e Itália, absorvendo elementos de outras culturas bem como dando sua contribuição para estas. Neste período dominou Apeles, de talento nitidamente superior a todos de sua geração, talvez com a exceção de Protógenes. A pintura se desenvolveu para um estilo teatral e mais imitativo da natureza. Depois deles não se registram mais grandes nomes, e os artistas ainda ativos passaram em grande parte à esfera de influência romana, trabalhando na Itália, onde deram a direção para a arte mural naturalista encontrada por exemplo em Pompéia e Herculano, e no Egito, onde também deixaram importante contribuição para desenvolvimento de um estilo local, visível nos famosos retratos de Fayum.


Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte, 1 ed. – São Paulo: Àtica, 2008.

ARTE NO EGITO

A ARTE NO EGITO

O Egito desenvolveu uma das principais civilizações da Antiguidade e nos deixou uma produção cultural riquíssima. Temos informações sobre essa cultura graças à sua escrita bem estruturada.
O aspecto cultural mais significativo do Egito era a religião, que tudo orientava. Acreditava-se em vários deuses e na vida após a morte, mais importante que a vida terrena. A felicidade e a garantia da vida depois da morte dependiam dos rituais religiosos. A arte, como não poderia deixar de ser, refletia essa visão religiosa, que aparece representada em túmulos, esculturas, vasos e outros objetos deixados juntos aos mortos.
AS DIVISÕES DA HISTÓRIA EGÍPCIA NA ANTIGUIDADE
DURAÇÃO PERÍODO
Por volta de
3.200 a 2.200 a.C. Antigo Império
Por volta de
2.000 a 1.750 a.C. Médio Império
Por volta de
1.580 a 1.085 a.C. Novo Império

A ARQUITETURA

Como conseqüência da intensa religiosidade, a arquitetura egípcia apresenta grandiosas construções mortuárias, que abrigavam os restos mortais dos faraós, além de belos templos dedicados às divindades. São exemplos dessas construções as pirâmides de Gizé, erguidas durante o Antigo Império.
As pirâmides são as obras arquitetônicas mais conhecidas até hoje, mas foi no Novo império que o Egito viveu o auge de seu poder e de sua cultura. Os faraós desse período ergueram construções como os tempo de Carnac (Karnac) e Luxor, dedicados ao deus Amon.
Durante o reinado de Ramsés II, no século XIII a.C., a principal preocupação do Egito era a expansão do seu poder político. Toda a arte desse período era usada como forma de demonstrar poder.

A PINTURA

Os pintores egípcios estabeleceram várias regras que foram seguidas por aproximadamente 3.000 anos, ao longo do Antigo Império. Entre elas, a regra da frontalidade chama a atenção pela freqüência com que aparece nas obras.
Aspectos técnicos como perspectiva , proporção entre as figuras e ponto de vista do autor da obra ainda não preocupavam os pintores egípcios. Tudo era mostrado como se estivesse de frente para o observador.
A rigidez dessa regra só seria quebrada no reinado de Amenófis IV, no Novo Império. Ele transferiu a capital Tebas para Amarna e pôs fim à religião politeísta , impondo ao povo uma religião monoteísta, cujo único deus era Aton, o deus Sol, e adotando o nome de Akhanaton em homenagem a ele.
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1 Técnica de representação de um objeto sobre um plano de modo a dar ao observador noção de espessura e profundidade.
2 Relação de tamanho entre as partes de um todo que causa no observador uma sensação de harmonia e equilíbrio.
3 Relativa à crença em vários deuses.



Referências Bibliográficas
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte, 1 ed. – São Paulo: Àtica, 2008.